Dica: Museu da Língua Portuguesa
19:00Foto: Arquivo Entretulipas |
São essas e outras informações que você vai encontrar no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
O museu conta a história da Língua Portuguesa, não só falada no Brasil, mas em mais de 10 países do mundo.
Primeiro, que tal saber um pouco mais sobre a nossa língua? Segundo o Wikipedia, o português surgiu no noroeste da península Ibérica e desenvolveu-se na sua faixa ocidental, incluindo parte da antiga Lusitânia e da Bética romana. O romance galaico-português nasce do latim falado, trazido pelos soldados romanos, colonos e magistrados. O contacto com o latim vulgar fez com que, após um período de bilinguismo, as línguas locais desaparecessem, levando ao aparecimento de novos dialectos. Assume-se que a língua iniciou o seu processo de diferenciação das outras línguas ibéricas através do contacto das diferentes línguas nativas locais com o latim vulgar, o que levou ao possível desenvolvimento de diversos traços individuais ainda no período romano. A língua iniciou a segunda fase do seu processo de diferenciação das outras línguas românicas depois da queda do Império Romano, durante a época das invasões bárbaras no século V quando surgiram as primeiras alterações fonéticas documentadas que se reflectiram no léxico. Começou a ser usada em documentos escritos pelo século IX, e no século XV tornara-se numa língua amadurecida, com uma literatura bastante rica.
Chegando à Península Ibérica em 218 a.C., os romanos trouxeram com eles o latim vulgar, de que todas as línguas românicas (também conhecidas como "línguas novilatinas", ou, ainda, "neolatinas") descendem. Só no fim do século I a.C. os povos que viviam a sul da Lusitânia pré-romana, os cónios e os celtas, começam o seu processo de romanização. As línguas paleo-ibéricas, como a Língua lusitana ou a sul-lusitana são substituídas pelo latim. A língua difundiu-se com a chegada dos soldados, colonos e mercadores, vindos das várias províncias e colónias romanas, que construíram cidades romanas normalmente perto de cidades nativas.
A partir de 409 d.C., enquanto o Império Romano entrava em colapso, a península Ibérica era invadida por povos de origem germânica e iraniana ou eslava (suevos, vândalos, búrios, alanos, visigodos), conhecidos pelos romanos como bárbaros que receberam terras como fœderati. Os bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram em grande escala a cultura e a língua da península; contudo, desde que as escolas e a administração romana fecharam, a Europa entrou na Idade Média e as comunidades ficaram isoladas, o latim popular continuou a evoluir de forma diferenciada levando à formação de um proto-ibero-romance "lusitano" (ou proto-galego-português). Desde 711, com a invasão islâmica da península, que também introduziu um pequeno contingente de saqalibas, o árabe tornou-se a língua de administração das áreas conquistadas. Contudo, a população continuou a usar as suas falas românicas, o moçárabe nas áreas sob o domínio mouro, de tal forma que, quando os mouros foram expulsos, a influência que exerceram na língua foi relativamente pequena. O seu efeito principal foi no léxico, com a introdução de cerca de mil palavras através do moçárabe-lusitano.
Os registos mais antigos que sobreviveram de uma língua portuguesa distinta são documentos notariais (ou tabeliónicos) do século IX, ainda entremeados com muitas frases em latim notarial (ou latino-romance). Essa fase da história da língua, que antecedeu o surgimento de uma escrita (scripta) portuguesa autónoma foi designada por "período proto-histórico" por José Leite de Vasconcelos e "período das origens" por Clarinda Maia. Embora a escrita tivesse uma aparência "alatinada" a língua falada era o galego-português.
Os mais antigos textos escritos em português constituem aquilo que Ivo Castro chamou a "produção primitiva portuguesa" e datam de inícios do século XIII. A partir de 1255 o português foi adoptado como 'língua de registo' na Chancelaria Régia (no reinado de D. Afonso III).
Portugal tornou-se independente em 1143 com o rei D. Afonso Henriques. A língua falada à época, o português antigo (antepassado comum ao galego e ao português modernos, do século XII ao século XIV), começou a ser usada de forma mais generalizada, depois de ter ganhado popularidade na Península Ibérica cristianizada como uma língua de poesia. Em 1290, o rei Dom Dinis cria a primeira universidade portuguesa em Lisboa (o Estudo Geral) e decretou que o português, até então apenas conhecido como "língua vulgar" passasse a ser conhecido como língua portuguesa e oficialmente usado.
Fotos: Arquivo Entretulipas |
Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indonésia preservaram a sua língua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal. A língua foi muito alterada nessas comunidades e, em muitas, nasceram crioulos de base portuguesa, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de isolamento. Também é percebivel uma variedade de palavras originadas do português no tétum. Palavras de origem portuguesa entraram no léxico de várias outras línguas, como o japonês, o suaíli, o indonésio e o malaio.
O fim do português arcaico é marcado pela publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende em 1516. O período do português moderno (do século XVI até ao presente) teve um aumento do número de palavras originárias do latim clássico e do grego, emprestadas ao português durante a Renascença, aumentando a complexidade da língua.
Em março de 1994 foi fundado o Bosque de Portugal, na cidade sul-brasileira de Curitiba; o parque abriga o Memorial da Língua Portuguesa, que homenageia os imigrantes portugueses e os países que adotam a língua portuguesa; originalmente eram sete as nações que estavam representadas em pilares, mas com a independência de Timor-Leste, este também foi homenageado com um pilar construído em 2007.
O museu
O mesmo foi fundado em 2006 e foram dois os motivos que fizeram diferença para a escolha do local para ele ser instalado. O primeiro é que a Estação da Luz é um patrimônio histórico do Século XIX; e o segundo é o fato dela estar localizada em São Paulo, a cidade que tem o maior número de pessoas falantes do português no mundo.
Além dos três andares de exposição, o museu tem ainda conta com cursos, apresentações gratuitas, palestras e seminários.
Quer saber o que você entra lá? Olha Só:
No primeiro andar ficam as exposições temporárias. No meu caso, eu tive a grande oportunidade de apreciar a exposição Menas, que eu vou falar um pouco dela daqui a pouquinho.
O Segundo Andar guarda a maior parte do acervo do museu:
1- Grande Galeria é um corredor com uma tela enorme, com projeções simultâneas que mostram a nossa língua no cotidiano. Tem imagens bem legais;
2- Palavras Cruzadas: Totens dedicados às influências das Línguas e dos povos que contribuíram para formar o Português falado no Brasil. Existe ainda um totem dedicado ao Português falado nos demais países lusófonos;
3- Linha do Tempo: Uma linha com recursos interativos onde o visitante poderá conhecer melhor a história da Língua Portuguesa;
4- Beco das Palavras: Sala um jogo bem legal etimológico interativo que permite ao visitante brincar com a criação de palavras, conhecendo suas origens e significados;
corredor com a história da estação |
6- Mapa dos Falares: A partir de um grande mapa do Brasil, o visitante pode escolher uma localidade e apreciar ( ver e ouvir) depoimentos de diversos pessoas, verificando,assim, os diversos “falares” do brasileiro.
O terceiro andar tem dois pontos:
O auditório: com um vídeo super legal falando sobre a história da língua portuguesa, com vozes de pessoas conhecidas, inclusive de Fernanda Montenegro;
A Praça da Língua: São projetadas imagens em todos os locais da sala (tipo um planetário) e você escuta as citações de poemas (ou pequenas partes). É super, hiper, mega legal. Digamos que algumas partes do chão da sala escura se acendem e você consegue lê partes dos poemas que foram declamados.
árvore com desenhos de ojetos e animais |
A que eu vi, e que por sinal era muito interessante, foi a Menas, o certo do errado e o errado do certo.
eu não iria nesse "sayber" |
exposição Menas |
Pena que tudo que é bom dura pouco. Infelizmente a exposição já saiu de cartaz, mas ela é uma prova de que ainda podemos achar bons investimentos em cultura aqui no Brasil.
No momento eles estão sem nenhuma exposição temporária em cartaz, mas fica ligado lá na programação, porque eles estão preparando algo bem legal.
Horário de Funcionamento
linha do tempo da língua portuguesa |
Museu: de terça a domingo, das 10h às 18h.
Não abre às segundas-feiras.
Ah, dica: Nas últimas terças-feiras do mês ele fica aberto até as 22hs, sendo a bilheteria aberta até as 21hs.
Onde Fica?
O museu esta localizado numa das mais bonitas (na minha opnião é a mais bonita) estações de metrô de São Paulo: a Luz.
As linhas azul e lilás de metrô passam por ela, além das linhas coral e turquesa, da CTPM.
Praça da Luz, s/nº
Centro - São Paulo - SP
(11) 3326-0775
museu@museudalinguaportuguesa.org.br
Segundo o site, a entrada custa R$ 6,00.
Estudantes com carteirinha pagam meia-entrada.
Professores da rede pública com holerite e RG, crianças até 10 anos e adultos a partir de 60 anos não pagam ingresso.
Ah, e aos Sábado a entrada é gratuita para todos!
Todas as fotos: Arquivo Entretulipas |
Quer saber mais? Entra lá no site do museu e pesquisa. Ou melhor, vai lá fazer uma visita! Garanto que vai ser inesquecível! :)
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