A Holanda fora das Holandas, por Diego Quintanilha

20:00

Em homenagem ao Ano da Holanda no Brasil, convidamos vários blogueiros para deixar sua impressão sobre o país aqui. Nosso objetivo com essa série é, primeiramente, dividir experiências e mostrar que existem várias formas de conhecer um país quando se está o visitando. Muitas vezes os passeios sem programação são os que mais nos surpreendem.  No fim do texto escrito pelo convidado, ele responde cinco perguntas feitas por mim.

O nosso convidado de hoje é o Diego Quintanilha, twitteiro e viajante. Diego se define um apaixonado pelas cervejas holandesas e belgas. Porém, hoje a sua dica não é sobre as cervejas, mas ele vai nos contar como foi o show da sua banda favorita e dar pistas preciosas de como descobrir a "Holanda fora das Holandas"! Não entendeu? Então confere ai que ele fez um post super, mega especial, que eu adorei:

A Holanda fora das Holandas 

Amsterdam é bela, atraente, multicultural e, por si só, um grande motivo para visitar a Holanda. Há quem explore um pouco mais e visite as igualmente interessantes Haia (Den Haag) e Rotterdam. Mas você já pensou em explorar a Holanda fora das Holandas? Sim, as Holandas (do Norte, onde fica Amsterdam e do Sul, onde encontramos Haia e Rotterdam) são apenas duas das 12 províncias dos Países Baixos, e há muito que se ver fora delas.
Por ser fã da banda holandesa Within Temptation, uni o útil ao agradável e marquei minhas férias para a época em que eles estavam em turnê pelos teatros holandeses. Por isso, do Aeroporto de Schiphol rumei direto para Nijmegen, onde eles estavam se apresentando. No show, que aconteceu no Keizer Karel Podia e se dividiu em uma sessão acústica e outra com as guitarras “plugadas”, pude notar uma característica bem legal dos holandeses: são sociáveis como poucos. Homens, mulheres, jovens e senhores puxam papo a todo o momento, e sempre em holandês – o que mostra que não é o fato de você parecer turista que os atrai –, e mesmo que você seja tímido e não fale a língua deles (olha eu aqui!), não importa: é mais um assunto para estender a conversa. A viagem estava apenas começando, mas tamanha receptividade marcou bastante, e me fez esquecer de que eu era um estranho no ninho.

Within Temptation, acústico, na Holanda: o que mais eu poderia pedir? - Foto by Diego Quintanilha
Fundada pelos romanos no ano 5 (mas, infelizmente, guardando pouquíssimos vestígios desta época), Nijmegen é a cidade mais antiga da Holanda (Maastricht contesta tal título) e situa-se na província de Gelderland, bem próxima da Alemanha. É pouco turística, e por isso mesmo perfeita para se misturar aos locais e treinar a língua de lá – como não estão acostumados a receber turistas, eles não têm tanto a mania de querer “virar a chave” para o inglês quando percebem que você não fala tão bem... Por isso, aproveite!
Caminhe pelo centro até a Grote Markt (aliás, quer saber se você está no centro de uma cidade holandesa/belga? Procure pela “Markt” ou “Grote Markt” de lá; praça central da maioria destas cidades, era onde as feiras de troca de mercadorias e apresentações populares ocorriam séculos atrás). Devido a diversos bombardeios durante a Segunda Guerra, Nijmegen tem hoje uma arquitetura mista, com casas antigas intactas e outras que foram reconstruídas no período pós-guerra. É possível distingui-las na paisagem, mas, ainda assim, seguem os moldes das construções antigas.
Para quem quiser uma vista panorâmica da cidade, siga até a Snelbinder, a ponte ferroviária por onde passa também uma ciclovia. A torre mais alta é da Stevenskerk, igreja que fica na Grote Markt e que também foi reformada depois da Segunda Guerra.
Nijmegen vista da Snelbinder, a torre mais alta é da Stevenskerk. Casas reconstruídas à esquerda da foto - Foto by Diego Quintanilha
Para dormir, fiquei no Apollo Hotel, na Keizer Karelplein (mesma praça do Keizer Karel Podia). Hotel simples, mas com bom café da manhã e preço bem em conta. Daqui, parti para Rotterdam, Amsterdam e Haia, de onde parti para Utrecht.
Capital da província de mesmo nome, Utrecht não soa tão estranha aos nossos ouvidos (lembra do Tratado de Utrecht que sua professora de história falava e você nem deu bola?), mas nem por isso é tão visitada. Sede da Universidade de Utrecht, uma das maiores e mais respeitadas da Holanda, tem uma população bastante jovem e simpática.
Sua moderna Centraal Station contrasta com o Oudegracht, belo e típico canal que corta o centro da cidade. Caminhe pela rua que segue este canal – ou faça um passeio de barco por ele – e chegue até um dos cartões-postais da cidade, de visita obrigatória: a Domtoren (Torre Dom).
Domtoren: A foto não faz justiça à sua altura - Foto by Diego Quintanilha
Com visitas guiadas que partem de hora em hora, a Domtoren tem vista privilegiada. Do alto de seus 112 metros e centenas de sinos, dizem que dá até para avistar Amsterdam em um dia de céu totalmente limpo (jogue na loteria se você conseguir vê-la quando estiver por lá). De qualquer maneira, o cenário é deslumbrante e, num país que está quase todo abaixo do nível do mar, é uma das poucas oportunidades de fazer fotos e mais fotos aéreas da Holanda.
Vista da Domtoren: casinhas típicas a se perder no horizonte - Foto by Diego Quintanilha
Quanto à acomodação, existem albergues independentes para os budget travellers, mas como a excelente rede de albergues Stayokay não está presente em Utrecht, preferi não arriscar e fiquei no Beurs Hotel. Em minha rápida estadia na cidade, este foi meu achado por lá: quarto simples, café da manhã completo (excelente!), e com um ótimo preço! Apenas reserve com antecedência, pois com esta relação custo-benefício, ele vive lotado (tentei estender minha estadia e já estava fully booked).
Deixei Utrecht e, dias depois, a Holanda, com vontade imensa de ficar e explorar muito mais. Mas é sempre bom quando temos motivos para voltar, não é?
Seja em Nijmegen, Utrecht ou tantas outras cidades menos exploradas, recomendo uma visita à Holanda fora das Holandas – ou, se não quiser ir tão longe, fora de Amsterdam. Você vai se surpreender com lugar tão... gezellig! :)


Holanda em 5 perguntas: 

1- Em três palavras, qual a impressão que vocês tiveram dos holandeses?
Sociais, mente-aberta, divertidos

2- Em três palavras, definam a cultura do país?
Rica, tradicional, única

3- O que mais surpreendeu do país?
Cidades muito seguras, paisagens deslumbrantes, povo altamente social e divertido, mulheres tão altas quanto (ou mais altas que) os homens! Ah, e a língua é difícil, mas não tão incompreensível...

4- Conhece só Amsterdam? Se não, quais outras cidades?
Nijmegen, Rotterdam, Gouda, Den Haag, Delft, Utrecht, Haarlem

5- Impressão que fica...
Sinto-me em casa quando estou na Holanda, extremamente confortável e seguro pelas ruas, é um país ao qual voltarei inúmeras vezes – e quem sabe, um dia, morar lá?


Gostaria de agradecer a você, Diego, pela colaboração aqui para o blog. Tenho certeza de que você têm muitas histórias para contar com essas andanças pelos Países Baixos e pelo mundo afora. Fiquei muito feliz por nós termos tido a oportunidade de conhecer um pouquinho da sua experiência! Valeu!

E você, tem algo para dividir? Conhece Utrecht, Nijmegen ou alguma outra cidade da Holanda? 


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7 comentários

  1. Oi Nina, eu que agradeço o convite e o espaço pra contar um pouquinho do que vi por este país encantador.

    Beijo!

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  2. Oi Diego,
    Eu que agradeço sua participação. :)
    O artigo ficou excelente!
    Beijokas

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  3. Parabens pelo blog :)
    Adoro a Holanda eestou a aprender bastante aqui :)

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  4. Oi Bárbara,

    Para nós é muito legal saber que vocês estão aprendendo, assim como a gente aprende quando escrevemos os artigos.
    Muito obrigada pela visita!
    Abraços :)

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  5. Acho o máximo conhecer o que motiva as viagens dos outros. Ir atrás de uma banda em um país como a Holanda foi sem dúvida uma grande escolha!
    Muito legais o texto e as fotos!
    Ah, também sou louca pelas cervejas belgas ;-)

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  6. Tmb achei legal. E, no fim das contas, ele ainda conheceu uma cidade diferente, que não está na rota das queridinhas dos turistas. :)
    Obrigada pela visita, Lena!

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  7. Oi, Lena, obrigado pelo comentário!

    É engraçado isso, nunca pensei que ir atrás de uma banda querida por mim - que pelo show sozinho já valeu a pena - me trouxesse tantos outros "brindes" tão legais! :)

    Sobre bandas, historinha rápida: ano retrasado,
    em minha primeira viagem para a Europa, estive em Amsterdam e ia ter show do Delain, outra banda holandesa que gosto. Não é que falei com a vocalista no Twitter que estaria por lá (o único estrangeiro, pelo jeito) e ela me brindou com algumas palavras em inglês e uma música só pra mim!? :D
    Era o último dia daquela viagem, não pude fechá-la com chave mais dourada, né? hehehe

    Abraços!

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