Mauritshuis- Museu Casa de Maurício de Nassau- Holanda

22:14


Sendo um dos museus que abriga alguma das mais importantes obras de pintores holandeses - e de outros países também- convido vocês hoje a se encantar, como eu me encantei, com o meu museu favorito: A Mauritshuis ou, aportuguesando, a Casa de Maurício de Nassau.

Mauritshuis - Foto: Arquivo Entretulipas

João Maurício de Nassau-Siegen

E quem foi Nassau?

O Conde João Maurício de Nassau-Siegen (Johann Moritz von Nassau-Siegen, em alemão), ao contrário do que muitos pensam, era alemão, nascido em Dillenburg.
O que se sabe é que o Maurício de Nassau tinha parentes na holanda, e por isso iniciou a sua carreira militar no país, lutando na Guerra dos 30 anos contra a Espanha, e logo recebeu a primeira condecoração como primeiro posto da cavalaria.
Lutou e conquistou várias cidades dos Países Baixos, então ocupadas pela Espanha, e com isso foi ganhando respeito e força junto a elite holandesa.
Envolto com a arte, em 1632 começou a construir a Mauritshuis, o que o comprometeu financeiramente devido a grande quantidade de dinheiro investida na casa.
Sendo a gratiicação o maior estímulo, Nassau aceitou o convite da Companhia das Índias Ocidentais para administrar suas conquistas no Nordeste brasileiro, partindo assim no dia 25 de outubro de 1636.
Durante o período que Nassau se intaurou em Recife, o estado de Pernambuco e o Nordeste em si tiveram vários ganhos. O Conde trouxe junto consigo pintores, arquitetos, escritores, filósofos e cartógrafos, o que trouxe muito desenvolvimento para a Região.
A insatisfação da Compania das Índias Ocidentais com o Conde foi aumentando durante o tempo, devida a grande quantidade de dinheiro investida na terra Brasilis: O maior objetivo era faturar, mas as despesas estavam muito maiores.Resumindo, esse foi um dos maiores fatores que fizeram com o que os holandeses tirassem João Maurício de Nassau das terras brasileiras, em 1644. E foi a pior decisão,  porque a burguesia pernambucana, junto com os negros e índios, insatisfeitos com a sua saída, instauraram a Insurreição Pernambucana e, em 1654, os portugueses conseguiram expulsar os "branquelos" holandeses de vez do Brasil.
Nassau, por sua vez, quando retornou a Europa voltou ao serviço militar. Passou a residir em Haia, capital administrativa holandesa, onde viveu na casa que construiu (atual museu). Quando foi regente do principado de Brandenburgo (1647), Nassau executou um programa de modernização da residência oficial, em Kleve, cidade fronteiriça com a Holanda.
Ainda hoje, seu projeto paisagístico, o sistema de jardins e parques desenhado por ele, com avenidas, canais e pistas, dá à cidade alemã uma característica especial. Nessa época, seu feito principal foi ter representado o príncipe eleitor de Brandenburgo na escolha do imperador alemão.
Ligou-se ao príncipe da Prússia e lutou pelos holandeses contra o rei francês Luís 14 em 1672. Como era conde de Nassau, família pertencente ao Sacro Império Romano-Germânico foi agraciado com o título de príncipe desse império.
Num jardim público em Kleve, está o imponente mausoléu de ferro que Nassau idealizou e onde foi sepultado.
 
Foto: Arquivo Entretulipas

O museu

A casa que abriga o museu começou a ser contruída em 1632, sendo projetada por um arquiteto holandês chamado de Jacob van Campen junto com Pieter Post, na época em que Nassau ainda estava no Brasil. Dizem que Nassau gastou mais de um milhão e meio de florins (antiga moeda da Holanda), e que a obra foi parada diversas vezes.
A Casa original tinha jardins enormes e os salões internos eram decorados com obras e objetos que Nassau considerava exóticos durante a sua passagem pelo Brasil, como por exemplo artigos indígenas, armas, corais, pinturas nas paredes retratando o nosso país de artistas como Frans Post e Albert Eckhout. Durante o passar dos anos, esse acervo foi sendo dado de presente, por Nassau, à grandes políticos e amigos da época. Uma sorte, pois em 1704 o palácio sofreu um incêncio e foi todo destruido.
Depois do incêndio o Governo reformou o prédio com o dinheiro arrecadado - acreditem ou não - nas loterias. A parte externa foi toda mantida como a original e a interna teve uma decoração diferente.
Com o fim da reforma, a casa passou a hospedar o Real Gabinete de Pinturas e o Real Gabinete de Raridades, mas com o passar do tempo as raridades foram tiradas para dar espaço as pinturas.
Em 1995 foi criada uma fundação privatizada, pada administrar todo o acervo que ainda pertence ao estado, sendo chamado hoje de Galeria Real de pintura Mauritshuis e comandada por um conselho.

A Coleção

Aula de Anatomia, Rembrandt
É o meu museu favorito na Holanda - para vocês terem uma idéia, eu fui lá 3 vezes em menos de um mês!! E eu me encanto cada vez mais todas as vezes que eu vou lá. Não sei porque..... Talvez porque o museu abrigue algumas das mais importantes obras dos meus pintores favoritos.
Sabe a Mona Lisa holandesa? É lá que você vai encontrar o famosíssimo quadro Moça do Brinco de Pérola (Girl with a pearl earing), do Vermeer, além da vista de Delf (View of Delft), do mesmo pintor, são obras que disputam o valioso espaço em uma das salas.
Moça com brinco de pérola, Vermeer
O quadro Aula de Anatomia (The anatomy lesson of Dr. Nicolaes Tulp), do Rembrandt é enorme e fascinante. Há uma parede inteira só para ele.
O Jardim do Eden (The Garden of Eden with the fall of man), de Brueghel e Rubens; Alguns dos auto-retratos do Rembrandt; Os patinadores (Ijsvermaak), do Hendrick Avercamp são alguns dos milhões de quadros - que eu com certeza esqueci de citar vários- que você vai encontrar lá.
Eles  ainda tem obras que retratam o Brasil na época do domínio holandês, pintadas por pintores trazidos pelo Conde Nassau ao Brasil, como: A vista da Ilha de Itamaracá (A view of Itamaracá island in Brazil), procure-o bem, porque o quadro é bem pequeno, Paisagem brasileira (Brazilian landscape) e Paisagem do Brasil com uma casa em construção (Brazilian landscape with a house under construction), todas de Frans Post; Estudo de duas tartarugas brasileiras (Study of two brazilians tortoises), de Albert Eckhout.
Ijsvermaak, Avercamp









Vista da Ilha de Itamaracá, Post
Foto: Arquivo Entretulipas

Horário de funcionamento

De terça a domingo, das 11h às 17h. Segunda é fechado.


Foto: Arquivo Entretulipas

Onde fica?

Os mais tradicionais museus da Holanda ficam em Amsterdam, então a Mauritshuis está lá também, certo? Errado! A Casa de Maurício de Nassau fica em Den Haag, cidade sede do Governo Holandês. Aliás, o Parlamento (site em Holandês que explica)  fica ao lado do museu. A Holanda é uma monarquia consitucional democrática parlamentar. Ai você vai me perguntar: E o que é que essenomeenorme significa? Os Países Baixos (tradução literal para o nome do país Nederland) são governandos por um monarca, ou seja, um Rei ou Rainha (no caso da Holanda, a Rainha Beatrix), o qual normalmente herda o poder de alguém. Por ser Constitucional, esse poder é limitado e há uma série de divisões políticas que são controladas por leis. O Monarca é o chefe do Estado e a chefia de Governo é dividida entre os Parlamentares, que são eleitos por voto popular. - Isso é um grande resumo.
Foto: Arquivo Entretulipas
Enfim, voltando para o Museu.... O mesmo está localizado num dos lugares mais bonitos da cidade de Haia (apelido dado ao município), se não o mais bonito. A região do Parlamento chama Binnenhof, e na frente dele, na Lange Vijverberg, há um lago, com várias árvores antigas ( que são até consideradas monumentos e eu não sabia, vim descobrir essa semana), e onde volta e meia tem exposições, feiras, protestos, etc.

Se você esta hospedado em Amsterdam ou em qualquer cidade da Holanda, procure a estação de trem mais próxima e siga em direção para Den Haag Centraal Station (Estação Central de trem de Haia). Da Estação de trem, é muito fácil chegar no museu. Não seja bobo de cair na ilusão de pegar um tram. Você vai gastar tempo de dinheiro. É super perto, são 10 minutos andando - aqui tem um mapa indicando - e você ainda tem o prazer de sentir a cidade.
O endereço de lá é:
Korte Vijverberg 8, The Hague


Quanto custa?
O preço do ingresso para adultos é de € 14.50, crianças até 18 anos não pagam.
Para os que possuem o Museumkaart a entrada é free.
Ah, e esse preço inclui o áudio - um aparelhinho que você solicita na entrada do museu, parece um telefone - com explicações dos quadros numerados. É só discar o número da obra, e voilá! O aparelhinho irá te dar informações do tipo quando a obra foi feita, detalhes do quadro, informações sobre o artista, etc.


Falando em Museumkaart, confira nesse post um pouco mais sobre o cartão. Já adianto que você vai ter entrada gratuita em mais de 400 museus na Holanda.

Para mais curiosidades e informações, acessem o site do museu.


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4 comentários

  1. Excelente post! Fui pra Haia só pra conhecer este museu e ele vale qualquer esforco! Adoro Vermeer, Avercamp... e ler este post foi revisitar estas belezas. :)

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  2. Que bom que gostou, Carina! Fico muito feliz! :)

    É como eu falei, é meu museu favorito. A minha sensação, estando lá, é igual a de uma criança dentro de uma loja de brinquedos: os olhinhos brilham! :)
    Beijokas e obrigada pela visita!

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  3. Olá! Adorei o seu post. Descreve bem sobre o Museu. Parabéns!

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  4. Oi Andréia,

    Obrigada! Nós amamos a Casa de Nassau.
    É um dos nossos museus favoritos!
    Beijo

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